Je suis extraordinaire.
Geralmente eu espero as coisas fazerem sentido na minha cabeça para escrever sobre elas, mas há algum tempo isso não tem sido possível e por isso deixaremos essa coisa de sentido de lado, por enquanto. Cinema. Piaf, elle est extraordinaire. Eu me sinto extraordinária no auge das minhas fantasias importadas da infância onde me consolo por todo o mal, pela desconsideração, por toda a transparência que me atribuem quando não me vêem. No meio das suas notas cheias de coisas humanas, completamente cheias, abarrotadas, tem também aquela raiva, também é amarga como tudo o que se joga e cai. Como tudo o que é sempre visto através. E se defende porque é vivo. A raiva. Eu tenho pensado muito sobre isso ultimamente. Tropa de Elite. Extraordinaire. A segunda vez que eu vi o filme foi só som, sem imagem, e a voz de Wagner Moura entrando em mim carregada daquela raiva tão apaixonada. A raiva sempre me impressiona. É a vida jogada na cara, que não se esconde e nem quer. Logo me vem à mente a americana muito bem passada e dobrada dizendo com um sorriso feio no rosto que devemos nos orientar pela parte boa das coisas e assim sermos alegres e contentes. Não, esta não é toda a história. E não vai ser assim. A gente tem carne sim, e a gente sangra também e não vamos nos entregar. E a única cura para aquilo que machuca é expurgar a sujeira produzindo pus.
1 Comments:
Sobre esperar fazer sentido, você ganhou de mim. Dá uma lida no que postei segundos antes de ler você. Depois de passar aqui me deu vontade de voltar, apagar tudo e transbordar uma porção de palavras amarelas e purulentas...
October 29, 2007 2:34 PM
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