Nelson
Eu gostaria de deixar claro que quando escrevo, escrevo para ser igual a Nelson Rodrigues em suas crônicas, ou confissões. O que eu quero já está feito, quando o leio digo pronto, ai está. Eu estava até outro dia cabisbaixa por falta de interlocutor para dialogar já que falo uma língua já em desuso, e por isso não me ouvem, não porque sejam maus nem ignorantes, na maioria das vezes desconfio ignorar tão mais, mas o fato é que não me dão bola. O caso é que existem interesses mais populares. O que me interessa é sempre de muito pouca relevância. Mas então leio Nelson e me vem o alívio, a quentura da companhia. E como eu ia dizendo, escrevo para copiá-lo e como não sou capaz, o que temos é isto. Mas não me engano, não é apenas o estilo que nos afasta não, sou tão mais dura, há muito o que não se digere em mim. Seu humor é a prova de que renuncia à vitória diante dos inimigos. Não sente sede por justiça nem se consome. Suas obsessões são quase divertidas. Não conclui. E eu para deixar por dizer? É uma luta. E para conviver com duplos sentidos? Tenho mania de preto no branco e me exalto, perco a razão. Nelson nunca. Sorte a minha que Nelson tenha sempre preferido os defeitos às virtudes.
1 Comments:
Eu gostaria de ser, de longe, um pouco mais Caio Fenando de Abreu.
E sonho em ser nome de rua, não nome de era.
March 14, 2008 9:01 PM
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