"Truth is rarely pure, and never simple" - Oscar Wilde / "Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada" - Clarice Lispector

Sunday, February 11, 2007

Assuntos Acumulados

Hoje eu estou Clarice Lispector portanto preste atenção antes que as idéias se dissolvam diante dos olhos. Eu acho mesmo que sou esponja e sempre estou aquilo que leio, é preciso tomar cuidado. Para começar eu queria falar sobre Serginho Groisman, eu gosto dele por causa de uma memória de Matéria Prima (memória adolescente é confiável?) mas hoje, vendo Altas Horas, eu achei tudo tão pobre que fiquei triste. Eu vejo boas idéias, os jovens fazem as perguntas e agora, eureka, são também os entrevistados. Mas as entrevistas são ruins, só se pergunta sobre o que se faz e o que se pretende fazer, ao bom e velho estilo de Caras. Ninguém mais se interessa pelo que pensam as pessoas? Aquilo que se faz, para viver, ou para deixar que a vida passe um pouquinho desapercebida, não deve ocupar mais tempo do que horário comercial, daqueles remunerados. A não ser que você faça arte, de vez em quando é bom falar de arte, mas nunca mais de 20% do tempo dedicado a ouvi-la, a arte é que deve falar a maior parte do tempo.

O que me leva para o segundo assunto do dia, a vida que a gente leva. É preciso ser muito forte para passar a vida dedicando-se a arte. Eu digo isso porque a vida distraída dos que possuem ocupações comuns nos proporciona o afastamento de nós mesmos necessário e suficiente para não enlouquecermos. E enlouquecem, os artistas. Uma vida simples e boa é aquela que se ocupa em grande medida com trabalho não artístico e sono. Doses modestas de arte e amor. Nada de muito tempo consigo mesmo. Deixem os questionamentos para os profissionais da área. Vai que formulamos pergunta que nos deixe sem resposta e sem sentido para prosseguir.

Por último um assunto que para mim é dos mais interessantes e que tem me perseguido por toda a minha vida. A verdade. Esta é apenas uma introdução pois ainda pretendo me estender muitíssimo sobre o tema. Vou logo avisando que não gosto da verdade. Admito que tenho a intenção de provar que ela não existe, mas antes de conseguir chegar a este ponto me contento em ser sua inimiga. A verdade sempre me assustou, desde pequena. E a mentira, tão minha amiga, tão injustiçada. Mentir é um ato de amor. Podem reparar, a verdade sempre traz uma conotação dura, áspera, seca. Há quem chame de objetividade sem se dar conta de que ser objetivo é apenas suprimir palavras e significados da subjetividade, em outras palavras, é abster-se sobre uma série de aspectos. E o que é a mentira? Talvez a minha mentira seja a minha verdade, aquela que você não vê. Acho raso quem pensa que o mentiroso se utiliza deste artifício para obter benefícios pessoais. Pois se a tal dita verdade machuca muito mais a quem ouve, então mentir passa a ser um ato de gentileza. E este texto vai acabar agora, assim, bruscamente, porque gosto de ter essas idéias brutas e mal explicadas jogadas para cima como cartas de um sorteio.

2 Comments:

Blogger Agnes said...

Laaaaaannnnnnnnnnn!!!!
So good to see you're back!!!
Mas quanto ao post...
Eu já enlouqueci! E agora? Assumo minha vida de artista?!?!?!
rsrsrs
Saudades de vc...
Bj

February 11, 2007 6:17 PM

 
Blogger Lan said...

Oi Agnes!
Não, fuja da vida de artista, essa é a única possibilidade de salvação! :P
Apesar de que eu gosto de você assim, perdida mesmo! =)
Beijo grande!

February 11, 2007 8:39 PM

 

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