Outras Extraordinariedades
Uma das boas coisas que vai embora com a idade é o desespero. Querer alguma coisa desesperadamente só se estiver prestes a perder a vida, e olhe lá. Não é cinismo ou dar menos importância às coisas. Tantas coisas ganham importância quanto mais a gente vive. O problema é o desespero, que implica em colocar muita coisa em risco, toda uma vida, toda uma felicidade. E isso só passa quando a gente percebe que muita coisa acontece e a vida continua lá, e a felicidade também, pelo menos do jeito que estava antes. E as coisas valiosas? Amigos por exemplo. Eu tenho dedicado cada vez mais tempo da minha vida aos amigos. Me orgulho deles. Gosto de ficar lembrando de cada um com seus respectivos motivos que me façam sorrir. Mas não me desespero mais em perdê-los, e o motivo é, se eles quiserem mesmo se afastar, então eu posso sim sentir falta, mas não vou exigir, não vou insistir, cada um tem suas razões e eu não quero alguém ao lado que também não queira estar lá. Esta é a diferença, aceitação. Eu amo muita gente mas se algumas dessas pessoas não querem uma coisa ou outra, o meu querer se esmorece. Fica guardado para uma próxima ocasião, se houver. Mas no momento, passo a buscar outras extraordinariedades.
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