Sexo Positivo

Alguém já ouviu falar em Richard Berkowitz? Infelizmente eu também não até a semana passada. Fizeram o documentário, Sexo Positivo, que o 16o festival mix brasil fez a bondade de exibir. Além de Berkowitz ter sido uma figura fundamental na luta contra a AIDS na década de 80, ele foi um verdadeiro revolucionário, levantando pela primeira vez, em tempos de liberação sexual dos gays, a questão da promiscuidade como forma de preconceito. A promiscuidade até então era escondida e/ou defendida como direito, e claro que é um direito, de todos, mas nunca questionada como forma de evitar afeto e envolvimento, por vergonha, por medo. Eu nunca tinha me identificado com uma visão sobre este assunto e finalmente, alguém colocou em ordem as idéias que estavam aqui dentro perdidas. E isso não vale só para homessexuais não. Está errado quem trata o assunto com falso moralismo, errado também quem super valoriza o direito à liberdade sobre o próprio corpo como disfarce para a vergonha sobre si mesmo.

Boring

Fui ver Os Bandidos só porque era Teatro Oficina e me deu aquela nostalgia, de revolução sexual, de Zé Celso. Fui empolgada para ser tomada por algo novo e supreendente que provocasse uma... não, novelão mexicano mesmo, filho que trai irmão e mata pai, essas coisas, claro, muita gente pelada, menção a drogas, e aquela coisa de animador de auditório "vem comigo rodar no palco", será a proximidade com o Silvio? Quase dormi não fosse a banda e o vídeo que rolavam interagindo com a peça e isso sim, muito bom. E a revolução? Alguém avisa o Zé Celso que o mundo gira e o que era novo em 70 hoje é enfadonho. Mulher pelada? Melhor ir em baile funk. Não vou nem mencionar o machismo da proporção todas as mulher peladas versus um homem pelado para não cair no mesmo erro que Zé Celso. Que preguiça, e pior, que tristeza de pensar que o frescor da criação também passa, e que revolução, só se faz uma vez na vida, e quando.