"Truth is rarely pure, and never simple" - Oscar Wilde / "Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada" - Clarice Lispector

Wednesday, February 23, 2011

Originalidade

O novo hype é a busca desesperada por ser original. As pessoas andam apavoradas com a idéia de serem parecidas com as outras pessoas da sua idade, do seu país, da sua profissão. A verdade é que as pessoas querem ser extraordinárias, fora do comum, brilhantes, frescas, novas, geniais. Não há nada de errado com isso, eu imagino que querer ser tudo isso ai deva ser bastante estimulante. E talvez cansativo. E forçado. E chato. Qual é o problema em ser igual a todo mundo? Sim, aquela escritora que você adora fez muito sucesso e todo mundo comenta sobre ela, não precisa começar a gostar dela escondido só para que as outras pessoas não pensem que você é só mais um, sem um pensamento próprio, sem nenhuma personalidade. Aquele cantor bem underground da bélgica ficou famoso e já fez até tour no Brasil? Não vai deletar do ipod, dizer que gostava mais quando ele era underground e que agora ele perdeu aquele jeito maroto de ser, se vendeu pra mídia mesmo, pronto. O problema é que gostar das coisas só porque os outros gostam, ou NÃO gostar das coisas só porque os outros gostam é A MESMA COISA. Um peca pela falta de originalidade e o outro pela falta de originalidade e raciocínio. Está cheio de gente por ai medindo o valor das coisas pelo sucesso que elas NÃO fazem. Isso também é ser maria vai com as outras ao contrário viu. Muita energia gasta para nada, que tal gostar das coisas quando se gosta das coisas, e não achar que isso vai ter alguma interferência no seu status como ser humano ou que isso vai fazer de você um ser extraordinário. Existem coisas extraordinárias nas pequenezas mais comuns, e sim, isso também é um clichê. Quanto a fazer coisas extraordinárias, eu realmente espero que você faça, mal posso esperar para ver.

Monday, February 07, 2011

Injustiças

São tantas milhões de milhares de pequenas injustiças que se dão no mundo a cada segundo, é a preferência de um, o esquecimento do outro, alguém fica doente, o outro foi atacado, alguém nasce antes da hora, é uma dor, mais do que uma dor, uma indignação. Nos indignamos contra o planejador disso tudo que distribui tão mal os azares, ou contra você, contra mim, contra você também, que viabilizamos essa dinâmica e só pensamos em nós mesmos. E enquanto nos indignamos contra as injustiças que nós sofremos (mais do que com as sofridas por outros) o mundo segue seu rumo e ninguém se move. Eu aqui agonizando e ninguém sequer percebe. E a sua agonia, percebo eu? Estamos todos sozinhos e isolados no momento em que descobrimos que somos uma coisa e o mundo é outra.