"Truth is rarely pure, and never simple" - Oscar Wilde / "Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada" - Clarice Lispector

Tuesday, August 25, 2009

Primeiro Passo

Eu tenho me engajado em toda a sorte de coisas para sair um pouco de mim. Para não pensar e então parar de sentir medo. Porque em alguns momentos da vida a mudança é tão drástica que é preciso mais tempo para absorver, ou para suportar. A única salvação são as distrações. E que delícia passar pelos dias em busca de encontros e viver momento atrás de momento com atenção suficiente para perceber a magia das coisas pequenas e fugazes. E ainda que os momentos se acumulem e eles o fazem, no meio deles estou eu com a minha vida toda para ser resolvida e todos os meus medos para me fazer parar, como sempre. Conheço bem como eles funcionam, se bem que conhecê-los não os impede de vencer. E quando a pressão atinge determinado nível insuportável eu saio novamente. E me encontro com coisas do mundo, que ainda bem, sempre me distraem e me liberam do enorme peso que é ter que decidir para onde vou com a vida que tenho pela frente. Espero que um dia os intervalos se tornem suficientemente grandes para que eu possa efetivamente fazer alguma coisa além de dormir, e basicamente respirar com dificuldade. Sinto que estou prestes a dar o primeiro passo, mas por enquanto estou escondendo esta sensação de mim mesma, então por favor, não comentem, sim?

Tuesday, August 04, 2009

Abrir espaços

É hora de abrir espaços, pois o vazio com o tempo vai sendo ocupado ainda que desapercebidamente por coisas e pessoas que a gente nem quis tanto, que vieram parar ali, que nem era para ser. E daí a gente se acostuma, se acomoda, se conforma e começa a guardar aquilo como se tivesse algum valor. Mas o valor está na partida, na despedida, o valor está no espaço aberto, bem vazio, deixado para traz, e todas as suas infinitas e maravilhosas possibilidades. É tão bonito estar disposto a encontrar. A disposição exige o espaço vazio. Temos restrições sim, limitações físicas e emocionais do quanto conseguimos lidar. Dói, claro, tudo que vai embora nos lembra do quanto estamos sozinhos dentro de nós mesmos. Mas a alegria de encontrar coisa melhor, mais íntima e colorida, é insuperável. Eu agradeço a todas as pessoas que foram embora da minha vida e me deram esta possibilidade de ser mais e mais feliz.