"Truth is rarely pure, and never simple" - Oscar Wilde / "Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada" - Clarice Lispector

Wednesday, March 18, 2009

Elogios em casais

Eu tenho um problema com elogios em casais. Todo mundo sabe que gente apaixonada ou coisa que o valha não é confiável no seu julgamento quanto a pessoa adorada, porém são justamente essas pessoas que ficam mais paranóicas em ficar constantemente elogiando o parceiro de maneira argumentativa e detalhada não importa qual seja o assunto em discussão. C-H-A-T-O. Sim, o amor é lindo, eu também gosto, mas apenas e tão somente para os envolvidos, eu definitivamente poderia cometer suicídio se fosse obrigada a escutar uma conversa entre dois namorados por mais de 5 minutos, não é brincadeira. Elogiar demasiado já demonstra alguma irracionalidade e mal gosto, fazer isso com uma pessoa comum que está ao lado transtorna. Eu poderia continuar a minha argumentação dizendo que elogio constante deve ser sintoma de insegurança. Eu já disse em algum lugar do passado que quem insiste no elogio com muita ênfase no fundo não acredita que outras pessoas sejam capazes de perceber a qualidade elogiada, logo, o elogio quase que atesta a inexistência da característica ressaltada. Mas não pretendo me estender tanto. O mais interessante é que estas pessoas não percebem que os outros escutam e concordam com os elogios por educação, e para salvar tempo. Imagine só iniciar uma discussão sobre como o seu novo namorado é tosco e não consegue entender uma piada sequer. Entra na categoria suicídio. Então dizemos que sim com a cabeça e sorrimos forçado torcendo para acabar logo. Alguém pega mais uma cerveja para mim, por favor?

Monday, March 09, 2009

Inspiração

Ontem me senti jovem novamente. Não, não sou velha e sentir-se jovem nada tem a ver com idade. Fui tomada pela força de quatro meninas que tiveram a sorte e a coragem de montar uma banda e ir em frente. E fizeram bem. Chegaram naquela beleza tão difícil de encontrar, de quem se joga, de quem tem talento, de quem consegue se colocar para fora. E você é tomado, obrigado a entrar naquele mundo tão delas. E você gosta. E se apaixona. E passa a querer mais a vida, do jeito que acontece quando a gente se inspira. Depois de tantos dias de cinzas, de barulhos e sorrisos, alguém pula e grita e sua e é lindo. Me faz querer também.

Ah, esqueci de dizer, elas são as Bonsai Kitties.

www.myspace.com/thebonsaikitties

Boas Intenções

Não tem figura mais insuportável que o justiceiro. Ele lê a situação e já sabe. Aquele precisa de ajuda. Aquele precisa de correção. E mãos a obra. Diz o que tem que ser dito. Faz o que tem que ser feito. Tudo pela justiça. Tudo pelo coração bão. Ah, esqueci uma parte fundamental. Em grande parte das vezes, o assunto não diz respeito diretamente ao justiceiro. É, ele se mete. Alguém tem que fazer o trabalho sujo. Alguém tem que dar um jeito no mundo. Não gosto. Não suporto. Eles tem que perceber que quem tudo vê e tudo sabe são os adolescentes, não nós. Adolescentes são justiceiros por natureza e eu os perdoo porque ainda não viveram muito e bom, são bobos o bastante para fazerem este papel. Mas quanto mais a gente vive, mais claro fica que não sabemos a verdade. Até o ponto em que a gente entende que não existe verdade. E se você diz ou faz alguma coisa porque teve vontade, ou simplesmente porque disse ou fez, ótimo. Mas não me venha com boas intenções.

Outras Extraordinariedades

Uma das boas coisas que vai embora com a idade é o desespero. Querer alguma coisa desesperadamente só se estiver prestes a perder a vida, e olhe lá. Não é cinismo ou dar menos importância às coisas. Tantas coisas ganham importância quanto mais a gente vive. O problema é o desespero, que implica em colocar muita coisa em risco, toda uma vida, toda uma felicidade. E isso só passa quando a gente percebe que muita coisa acontece e a vida continua lá, e a felicidade também, pelo menos do jeito que estava antes. E as coisas valiosas? Amigos por exemplo. Eu tenho dedicado cada vez mais tempo da minha vida aos amigos. Me orgulho deles. Gosto de ficar lembrando de cada um com seus respectivos motivos que me façam sorrir. Mas não me desespero mais em perdê-los, e o motivo é, se eles quiserem mesmo se afastar, então eu posso sim sentir falta, mas não vou exigir, não vou insistir, cada um tem suas razões e eu não quero alguém ao lado que também não queira estar lá. Esta é a diferença, aceitação. Eu amo muita gente mas se algumas dessas pessoas não querem uma coisa ou outra, o meu querer se esmorece. Fica guardado para uma próxima ocasião, se houver. Mas no momento, passo a buscar outras extraordinariedades.