Final
Eu acho engraçada essa paranóia que se abate sobre as pessoas no que diz respeito ao final das histórias. Se contar o final, elas não tem mais interesse em assistir, perde a graça. É como se toda a história só valesse pelos seus últimos momentos, como se todo o esforço em prestar atenção no desenrolar dos fatos fosse dirigido à sua consequência final. Esta sim, detentora de toda a verdade, a única capaz de decidir se tudo valeu a pena, se foi bom. Eu não entendo este conceito e digo mais. Eu nunca lembro do final das histórias. Principalmente final de filme ou de livro. Eu não lembro.
Não é marcante para mim. Cada momento da história é para mim um pedaço que se encerra em si mesmo. E tem sua magia. Dificilmente o momento mais interessante é o último, ainda mais quando se sabe último, porque é justamente o depois que é lírico e que faz sonhar. Eu já falei sobre a felicidade por aqui e o quanto de sonho de felicidade continuada ela é feita. Acho que mais do que não me importar com finais, eu os desprezo. Sim, diminuem a história, justificam. Se alguém se joga e em seguida se esborracha no chão, o que me interessa é o momento em que a pessoa se lança, esta beleza independe de qualquer resultado.