Perdão
O perdão não é uma questão de favor ou condescendência, é superioridade intelectual. Quem perdoa o faz porque compreende plenamente a existência humana com todas as suas falhas maravilhosas. Quem perdoa entende que não está no centro, que não há apenas o branco e o preto, que as coisas e os significados estão todos entrelaçados e há tanto, e há tanto. Quem perdoa se absolve também, se liberta do sofrimento enganado de quem não pode observar que há amor mesmo quando não parece haver, e há. Há tanto. A impossibilidade do perdão é falta de vivência, falta de tranquilidade no peito, falta de confiança nas coisas, falta de entendimento, de visão. Quem perdoa vislumbra ainda que por alguns instantes o todo. Quem perdoa é também um pouco Deus.